EDITORIAL - FOLHA DE SÃO PAULO
EDITORIAL - FOLHA DE SÃO PAULO
22/07/2014
11:46
Quadros médicos

Já há algum tempo formou-se um consenso entre especialistas em saúde pública: é prioritário enfrentar o deficit de médicos nas periferias das metrópoles e em áreas distantes dos centros urbanos.

Se parece forçoso buscar redistribuir no território nacional os profissionais já existentes, é necessário, ao mesmo tempo, formar um número maior de pessoas aptas a praticar a medicina --o que demanda a abertura de novos cursos.

De um ponto de vista superficial, o governo Dilma Rousseff parece dedicar atenção ao tema. A atual gestão já liberou a criação de 44 cursos, o que equivale a 76% do total autorizado nos mandatos de Luiz Inácio Lula da Silva (2003-2010) e ultrapassa em 63% os aprovados na administração Fernando Henrique Cardoso (1995-2002).

Um olhar um pouco mais aprofundado, contudo, basta para diagnosticar problemas nesse quadro. Especialistas manifestam, com razão, receios quanto à qualidade do ensino nessas instituições.

Fazer a saúde pública avançar vai muito além de multiplicar as vagas no ensino superior --uma das principais diretrizes do programa Mais Médicos, lançado com estardalhaço por Dilma no ano passado.

No campo educacional, é fundamental, por exemplo, proporcionar condições mínimas para que os formados tenham um bom nível.

Não se trata de aspecto trivial; mesmo em São Paulo os jovens profissionais ficam aquém do recomendável. No último exame do Conselho Regional de Medicina, 59% dos graduandos foram incapazes de acertar 60% das questões.

Reverter esse quadro depende de bons professores e de estrutura básica para a aprendizagem da medicina. Encaixam-se nessa categoria as recomendações de que todas as universidades disponham de hospitais-escola e de que as vagas de residência médica sejam ampliadas e se tornem obrigatórias.

Não basta, aliás, fazer intervenções na academia. Oferecer condições adequadas de trabalho é uma forma de incentivar médicos a buscar trabalho em zonas afastadas dos grandes centros.

Sem que contem com o atrativo dos resultados imediatos, contudo, é improvável que o governo se dedique a essas tarefas. Nesse ritmo, o país até poderá formar mais médicos, mas poucas pessoas desejarão se tratar com a maioria deles.


ABM
Rua Baependi, 162
Ondina, Salvador - Bahia
CEP: 40170-070
Tel.: 71 2107-9666
2019 - 2025. Associação Bahiana de Medicina. Todos os direitos reservados.
Produzido por: Click Interativo - Agência Digital
Associação Bahiana de Medicina
https://www.abmnet.org.br
Offline
Fale com a gente no Whatsapp

Nós usamos Cookies

Esperamos garantir que você realmente queira explorar o conteúdo deste site antes de aparecer por aqui, mas adoramos acompanhar sua navegação...

Pode ser?

Aqui, você pode escolher aceitar ou rejeitar todos ou alguns cookies usados em nosso site. Não se preocupe, você pode alterar sua escolha a qualquer momento nas configurações de cookies.

Leia nossa Política de Privacidade, nossa Política de Cookies e o Termo de Uso.

Cookies
Consentimentos certificados por Click Interativo
Click

ABM confia na Click Interativo para proteger sua privacidade e preferências nesse site.

Cookies

Aqui estão nossos cookies!

Nossa missão é garantir que você tenha a melhor experiência possível enquanto navega em nossas páginas.

Gerenciar preferências de consentimento
Cookies analíticos
Cookies analíticos

E aí, beleza? Nós somos os Cookies Analíticos, os observadores curiosos da turma! Adoramos ficar de olho em como você passeia por aqui. Não se preocupe, não sabemos seu nome, só gostamos de contar quantas vezes você clicou ali ou ficou um tempão naquela página legal!

Google Analytics

Cookies essenciais
Cookies essenciais

Oi! Somos os Cookies Essenciais, os pilares deste site! Sem a gente, as coisas ficariam meio bagunçadas por aqui. Pensem em nós como os zeladores digitais - mantemos tudo funcionando nos trinques para você!

Google Fonts

Nós usamos Google Fonts para mostrar as fontes no site.

Website

Garante o funcionamento do site e dos recursos essenciais.