10h56

Artigo do Presidente da ABM para o A Tarde: Sobre a Tal “violência Obstétrica”

Compartilhe:

Tamanho da Fonte:

Há alguns anos o médico brasileiro vem sendo injustamente tratado. A disseminação do termo violência obstétrica é umas das demonstrações disso. Nós médicos, não defendemos, em nenhum momento, qualquer tipo de violência física ou psicológica à parturiente, desde o porteiro, motorista, médico, enfim, qualquer agente integrante da atenção à saúde. Qualquer um deles, cometendo qualquer tipo de violência, precisa ser punido. Mas o termo, quando definido, feriu apenas o médico.

“Violência Obstétrica” deveria ser definida por outros fatores, como a falta de pré-natal no País. Entre 30 e 40% das mulheres carentes no Brasil  não tem assistência para realizar os exames de pré-Natal e isso é programa de saúde pública, obrigação dos governos. Além disso, não é garantido às gestantes acessos à vacinas que elas precisam tomar antes do parto. No momento em que a paciente, em condição de pré-parto, chega ao hospital e é obrigada a sentar em uma cadeira, tem-se novamente um episódio de “violência obstétrica”, e não praticada pelo médico. Infelizmente toda a estrutura está defeituosa e não adianta culpar o médico que indica cesárea ao invés de parto natural.

Leitos obstétricos fechados, maternidades lotadas e sem condições de atender dignamente, gestantes tendo o parto feito em qualquer lugar. Isso sim é “violência obstétrica”! E ainda podem ser citados outros gargalos: leitos neonatais insuficientes e denúncias frequentes de óbitos de recém-nascidos, ausência de medicamentos, dificuldades na marcação de exames. Com todo esse cenário, nos interrogamos por que da “violência” ter recaído sobre nós.

O Ministério da Saúde percebeu que o termo não agregava, pois a violência não se resume ao atendimento da equipe médica. Em despacho, o ministro Mandetta afirmou que este termo não agregava valor às discussões sobre os problemas no atendimento materno-infantil e deve ser evitado. É importante tirar os médicos do foco, lembrando que o atendimento, inclui outros profissionais (enfermeiros, doulas, agentes de saúde, etc) e identificar as causas de tal “violência” para sanar cada um desses gargalos no atendimento a essas mulheres.

As entidades médicas denunciam há tempos a falta de estrutura e de programas para assistência pré-natal e durante o parto nos serviços públicos. Os médicos estão do mesmo lado da população: queremos saúde pública de qualidade, atendimento humanizado sim (e isso não inclui apenas discussão sobre a presença ou não de acompanhante no parto). Queremos maior retorno em investimentos sociais, já que nossa carga tributária, é uma das mais altas do mundo e os serviços públicos, especialmente na área de saúde, deixam muito a desejar. O que pode solucionar esse caos é um forte movimento nacional que defenda a qualidade do SUS e o atendimento digno aos brasileiros.

 
Robson Moura
Presidente da Associação Baiana de Medicina


ABM
Rua Baependi, 162
Ondina, Salvador - Bahia
CEP: 40170-070
Tel.: 71 2107-9666
2019 - 2025. Associação Bahiana de Medicina. Todos os direitos reservados.
Produzido por: Click Interativo - Agência Digital
Associação Bahiana de Medicina
https://www.abmnet.org.br
Offline
Fale com a gente no Whatsapp

Nós usamos Cookies

Esperamos garantir que você realmente queira explorar o conteúdo deste site antes de aparecer por aqui, mas adoramos acompanhar sua navegação...

Pode ser?

Aqui, você pode escolher aceitar ou rejeitar todos ou alguns cookies usados em nosso site. Não se preocupe, você pode alterar sua escolha a qualquer momento nas configurações de cookies.

Leia nossa Política de Privacidade, nossa Política de Cookies e o Termo de Uso.

Ilustração representando cookies e privacidade de dados
Consentimentos certificados por Click Interativo
Certificação de segurança Click Interativo

ABM confia na Click Interativo para proteger sua privacidade e preferências nesse site.

Ilustração sobre gerenciamento de cookies e dados

Aqui estão nossos cookies!

Nossa missão é garantir que você tenha a melhor experiência possível enquanto navega em nossas páginas.

Gerenciar preferências de consentimento
Cookies analíticos
Categoria de cookie: Cookies analíticos

E aí, beleza? Nós somos os Cookies Analíticos, os observadores curiosos da turma! Adoramos ficar de olho em como você passeia por aqui. Não se preocupe, não sabemos seu nome, só gostamos de contar quantas vezes você clicou ali ou ficou um tempão naquela página legal!

Google Analytics

Cookies essenciais
Categoria de cookie: Cookies essenciais

Oi! Somos os Cookies Essenciais, os pilares deste site! Sem a gente, as coisas ficariam meio bagunçadas por aqui. Pensem em nós como os zeladores digitais - mantemos tudo funcionando nos trinques para você!

Google Fonts

Nós usamos Google Fonts para mostrar as fontes no site.

Website

Garante o funcionamento do site e dos recursos essenciais.