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Painel de encerramento do Congresso da ABM debate ética nos transplantes

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O último dia do Congresso “Transplante de Órgãos e Tecidos” da ABM foi encerrado com o Painel “Considerações médicas, Éticas e Jurídicas nos Processos de Doação de Órgãos e Tecidos para Transplantes” que reuniu o Conselheiro do Cremeb, Dr. Otavio Marambaia, o Professor de Direito Pablo Stolze, e o Presidente da Federação Espírita do Estado da Bahia, e médico, Dr. André Luiz Peixinho.

Dr. Marambaia abriu a discussão comentando o princípio de Justiça nos transplantes. “Que haja equidade, acesso a todas as pessoas. É preciso de se a fila de transplantes está sendo respeitada ou se está muito extensa e as pessoas estão morrendo na fila”. Falou ainda do consentimento esclarecido do paciente. “Mesmo que o falecido tenha autorizado doar órgãos em vida, a família tem sido consultada”. Dr. Marambaia lembrou ainda uma questão que tem sido muito discutida: a doação remunerada, praticada em alguns países.

Em seguida Professor Pablo Stolze falou sobre os diferentes casos de relações que tem sido aceitas pela Justiça na autorização da doação, como por exemplo casais de homossexuais, parceiros e parceiras de união estável (que podem doação de órgãos dos filhos), entre outros, abrindo os olhos dos médicos para que saibam como proceder ao se depararem com questões como essas.

Já Dr. André Luiz Peixinho questionou o porquê de a Medicina querer estender a vida dos pacientes. “Por que nós estamos tão preocupados em prolongar a vida?”. Citou ainda o modo de perceber a realidade por muitos baseada em apenas cinco sentidos. “Existem relatos de consciência em paradas cardíacas. Como isso pode ter senso se consideramos apenas cinco sentidos?”, indagou.

Programação – Durante o dia, a programação foi aberta com mini-conferência tecida pelo radiologista paranaense, Dr. Dante Escuissato. Ele falou sobre a contribuição da tomografia computadorizada do tórax no Diagnóstico de Complicações Infecciosas em Indivíduos Transplantados. Em seguida, o professor Amaro Medeiros, do IMIP (Pernambuco), falou sobre complicações não infecciosas precoces e tardias pós-transplante.

As exposições foram seguidas da mesa redonda “Transplante de Fígado”, em que o Chefe da Unidade de Transplante de Fígado formada, em parceria, pelos hospitais  Oswaldo Cruz, Jayme da Fonte e IMIP de Pernambuco, Dr. Cláudio Lacerda, discorreu sobre os critérios de seleção do candidato. Mostrou o caso de uma mulher que precisava urgentemente de transplante de fígado e não conseguia prioridade na fila até que obteve vitória na Justiça. Falou ainda de distorções na prioridade de transplantes de fígado.

Paralelamente, em outro auditório da ABM, ocorreu o I Simpósio de Transplante de Córnea na Bahia.  


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