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ABM realiza Congresso sobre transplante de órgãos em setembro

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A Associação Bahiana de Medicina, em parceria com a Sesab, vai promover, entre os dias 25 e 27 de setembro, na sede da ABM, o Congresso “Transplante de Órgãos e Tecidos”. A iniciativa não visa apenas discutir as questões técnicas relacionadas ao processo doação transplantes, técnicas utilizadas, entre outras, mas debater uma questão político-social e alertar a população, médicos e autoridades políticas, para que sintam a necessidade de implementar a cultura de transplantes na Bahia.

Será uma programação multimodular em que serão colocadas as questões técnicas sempre com especialistas de grande relevância no País, que participam de programas muito bem sucedidos, e que possam trazer, além dos conhecimentos de ordem técnica, informações sobre como tiveram êxito nos seus programas em diversos estados. Participarão um grupo de transplante de pulmão, do Rio Grande do Sul, e outro, de rim e medula óssea de São Paulo.

O programa será muito abrangente e terá espaço para orientação e formação de profissionais da área de Saúde para lidar com transplantes e captação de órgãos. Também se dirige à comunidade, trazendo as pessoas que se interessam pelo tema para discutir os problemas relacionados à deficiência dos programas de transplante na Bahia.

A abertura do evento contará com uma conferência sobre a situação de transplantes no País. No dia seguinte, será ministrada uma palestra sobre a situação de transplantes na Bahia. No segundo dia do evento, a grade será extensa e densa, com participação de figuras ilustres da área no Brasil. Incluirá conferências, mesas redondas e uma programação multimodular (de cada órgão: transplante fígado, pulmão, rim, medula óssea, etc). Em cada uma das mesas haverá médicos considerados referência no País.

Ao final, será realizada uma mesa para discutir a ética do transplante, com a presença de religiosos, juristas, que debaterão temas polêmicos como transplante de células-tronco, cordão umbilical, enfim diversos assuntos que demandam discussões mais amplas. “A parte de viabilidade econômica do transplante será discutida também, porque trata-se de uma atividade que pode se auto-sustentar independentemente do SUS. Diversos serviços já mostraram isso”, afirma Dr. Jorge Pereira, diretor da ABM e um dos coordenadores do evento.

Pré-congresso – Também será oferecida uma programação que antecede o Congresso. Na Faculdade de Medicina da Bahia/UFBA, haverá atividades de formação de pessoas e atividades dentro de laboratório de cirurgia experimental. Será ensinado, na prática, como diagnosticar a morte cerebral e treinar pessoas a dar notícias ruins. Também haverá atividade voltada à comunidade, que será realizada na ABM. “São ao todo três polos distintos que atenderão a diferentes públicos”, explica Dr. Cesar Araujo, diretor da ABM e também coordenador da iniciativa.


Realidade é crua na Bahia
O Congresso será realizado na Bahia por conta da realidade nada otimista que vivenciamos no Estado. “Deveria ser um programa institucional, mas hoje só acontece porque existem médicos abnegados que abraçam a causa do transplante”, acrescenta Dr. Jorge Pereira.

Ainda segundo ele, a maior parte dos órgãos captados aqui na Bahia são encaminhados para outros estados por falta de infraestrutura. “Não existe na grade curricular das faculdades de Medicina um programa de transplante. Então como se criar uma cultura de transplante, se o aparelho formador não está levando essa cultura. As estatísticas mostram que muitas pessoas não doam órgãos porque isso não foi conversado em família”, argumenta.

Para o Coordenador Estadual do Sistema de Transplante da Sesab, Eraldo Salustiano Moura, a parceria com a ABM na realização da iniciativa é de extrema importância, para estimular os profissionais da Saúde, especialmente os médicos, a se envolverem mais com o tema. “Temos baixos índices de doação de órgãos e transplantes, o que diferencia a Bahia de outros estados”, destaca. Para ele, o apoio da Associação Bahiana de Medicina é bem-vindo, contribuindo para que o Estado possa dar a população o direito ao transplante.

“Tudo isso é importante: a divulgação, o envolvimento com os profissionais associados à ABM, o debate sobre a importância da doação em si, o diagnóstico de morte encefálica, e tantos outros temas que serão abordados”. Ele defende ainda que outro benefício é capacitar o médico a identificar pacientes que poderiam estar na fila dos transplantes e não estão; e não apenas o potencial doador. Para consultar as estatísticas, acesse Aqui.
 


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