A suspensão do atendimento de todas as especialidades ao Bradesco Saúde continua. A paralisação foi reiterada pela assembleia de ontem (15), quando os médicos voltaram a avaliar o movimento reivindicatório. A reunião foi também palco de denúncias contra clínicas, que estão pressionando os profissionais a retomarem o atendimento ao plano.
Quatro grandes clínicas de diagnóstico por imagem concentram 80% dos atendimentos ao Bradesco Saúde. Somente para essas clínicas o plano apresentou proposta de reajuste através de aditivo contratual. A atitude antiética tenta passar por cima de todo o movimento médico representado pela Comissão Estadual de Honorários, que reúne as três entidades médicas que representam legalmente a categoria: Sindimed, Cremeb e ABM.
Esse é um movimento legítimo da categoria. É princípio fundamental do Código de Ética Médica a solidariedade com os movimentos de defesa profissional, seja por remuneração digna e justa, seja por condições de trabalho. Por isso, os atendimentos seguem paralisados. Só urgências e emergências são atendidas normalmente.
Defesa do consumidor em ação
O Bradesco Saúde está convocado para uma audiência no Ministério Público do Trabalho, nesta quarta (16), às 14h. No dia 7 de julho, o plano deixou de comparecer ao Procon para uma negociação, que reuniu o MP (Ceacon), Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), Defensoria Pública e a Comissão Estadual de Honorários Médicos (Cehm).
O plano de saúde também não cumpriu determinação do MP para que disponibilizasse linha telefônica especial de atendimento aos segurados, através da qual deveria encaminhar os usuários a um local de atendimento em rede não referenciada, arcando com as despesas diretamente com o prestador do serviço.
Vale lembrar o que está estabelecido pelos órgãos de defesa do consumidor: caso o procedimento tenha que ser feito de forma particular, o reembolso ao paciente tem que ser integral. Os segurados que se julgarem prejudicados pela intransigência do Bradesco Saúde devem ligar para o Procon Bahia através do número 3116-0567, ou formalizar reclamação ao Ministério Público, por meio do email ceacon@mpba.com.br, à Defensoria Pública ou à ANS, que tomarão as medidas judiciais cabíveis.
Os médicos continuam com a campanha nas ruas, exigindo respeito e querem negociar. A solução do problema e a responsabilidade pelos atendimentos está nas mãos do Bradesco Saúde.
